segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O papa Francisco vai reformar a Igreja?

O papa Francisco vai reformar a Igreja? Muito se tem falado e escrito sobre a reforma da Igreja promovida pelo papa Francisco. Fala-se até mesmo que ele estaria escrevendo uma “nova Constituição” da Igreja. Como entender a reforma da Igreja promovida pelo Papa? Reforma e renovação fazem parte da dinâmica da vida da Igreja. Embora dotada de uma missão sobrenatural e de dons divinos, ela é uma realidade humana e, como todas as organizações humanas, também ela precisa renovar-se para acompanhar melhor as circunstâncias históricas e sociais em que está inserida. A Igreja crê ser orientada, não apenas por projetos humanos, mas pelo Espírito de Deus, que “renova a face da terra” e também da Igreja. Nesse sentido, o Concílio Vaticano II já afirmava, há 50 anos, que ela é uma realidade “semper reformanda”: precisa reformar-se constantemente. Esta renovação, porém, precisa ser entendida como tensão a uma fidelidade constante e sempre maior à própria razão de ser e de existir. Ela se reforma para ser mais ela mesma (cf. Unitatis redintegratio, 6). O conceito de reforma pode causar desconfiança e até resistência, quando não for bem entendido. Há o temor de que a busca de reforma signifique trama contra o passado ou até mesmo infidelidade ou traição a ele. Pode haver também a identificação pura e simples de reforma com movimentos de ruptura com a Igreja; nesse sentido, lembra-se logo da Reforma protestante, de Lutero e Calvino, no século XVI. De qual reforma está se tratando nas atuais circunstâncias da vida da Igreja? Ao longo da história da Igreja, muitas foram as reformas na Igreja; e, quando elas foram levadas a sério, a Igreja saiu rejuvenescida e revitalizada. Grandes momentos de renovação foram, por exemplo, a reforma gregoriana, promovida por Gregório VII, no século 11, a reforma tridentina, após o Concílio de Trento, no século XVI, e a reforma desencadeada pelo Concílio Vaticano II. É justamente ao espírito desse Concílio que o papa Francisco está se refazendo, no seu intuito de renovação da Igreja. Ele tem sinalizado que Vaticano II mostra o rumo que deve ser seguido pela Igreja, como já haviam feito seus predecessores. Meio século após a celebração do Concílio, ainda há muito que se fazer para colocar em prática as grandes intuições e propostas daquela assembléia, de importância extraordinária para a vida e a missão da Igreja. O papa Francisco está, evidentemente, promovendo uma reforma na Cúria Romana. Trata-se do organismo de assessoria do Papa e de colaboração com ele no exercício de sua própria missão diante de toda a Igreja Católica. Nesse sentido, não deveria haver motivo de susto ou estranheza; a Cúria precisa ser adequada de tempos em tempos, para continuar a prestar bem o seu serviço ao Papa e à Igreja. Porém, a “Constituição”, que está sendo reformada, não é a da Igreja, mas apenas da Cúria Romana, com o conjunto das normas que a regem. O Papa não vai mudar os Dez Mandamentos, nem reescrever o Evangelho. No entanto, mudar a Cúria Romana, por quanto necessário, ainda não significa necessariamente reformar a Igreja. Isso requer bem mais do que adequar algum organismo ou estrutura de serviço. Aqui é preciso retomar a compreensão da própria Igreja, que é a comunidade de todos aqueles que tomam parte nela, em todo o mundo. Ainda em sua recente visita em Assisi, no dia 4 de outubro, o Papa destacava que a Igreja não é formada apenas por bispos, padres e freiras, mas por todos os batizados. Justamente nessa ocasião, na terra de São Francisco, o Francisco de Roma apontava para uma das questões centrais para a reforma da Igreja: a fidelidade a Jesus Cristo, ao seu Evangelho e à missão recebida dele. Para tanto, ela precisa estar sempre atenta para não perder a sua própria identidade e a sua inequívoca referência a Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Logo no dia seguinte à sua eleição, ele dizia aos cardeais, com os quais celebrou a Missa na Capela Sistina: se a Igreja perdesse essa referência a Jesus Cristo, ela se tornaria uma ONG piedosa e já não seria mais a Igreja de Jesus Cristo... A Igreja precisa de uma reforma interior, nas convicções e posturas; isso identifica-se com o conceito teológico de conversão. Se a Igreja precisa mudar constantemente, para ser mais igual a si mesma, ela também precisa de constante conversão, para ser fiel a si mesma. Na Conferência de Aparecida, aberta em 2007 por Bento XVI, já se apontava para a necessidade da conversão pastoral e missionária. O papa Francisco tem falado com insistência dessa “reforma” interior, ao dirigir-se aos diversos setores da vida da Igreja. Exortou os jovens, reunidos em Copacabana, a manterem firme a esperança, a serem fiéis a Jesus Cristo e a não terem medo de ir contra a corrente; em Assisi, há poucos dias, falando da vida humilde e simples de São Francisco, alertou para o “mundanismo” e as vaidades, que podem tomar conta da vida dos cristãos, também dos eclesiásticos... Da mesma forma, ele indica com insistência aos gestores de organizações administrativas da Igreja o caminho da retidão, da honestidade e da justiça no cuidado dos bens necessários à realização da missão da Igreja. Aos que desempenham cargos de responsabilidade, lembra que a autoridade deve ser exercida como um serviço ao próximo. E recorda a todos o valor profundo de cada pessoa e o respeito por toda vida humana, ainda mais, quando exposta a fragilidades e riscos. Chamando a Igreja à vida coerente com o exemplo e os ensinamentos de Jesus Cristo, ele aponta para as reformas mais lentas e difíceis; e essas não são feitas por decreto, nem dependem apenas do papa Francisco... Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo Artigo publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, Ed. de 11.10.2013

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Na missa, em Assis, apelo do Papa à paz e ao respeito por todas as criaturas, seguindo o exemplo de São Francisco

Na missa, em Assis, apelo do Papa à paz e ao respeito por todas as criaturas, seguindo o exemplo de São Francisco

2013-10-04 Rádio Vaticana

Uma imensa multidão participa na Missa celebra pelo Papa Francisco, em Assis, junto das basílicas do Santo. Na homilia, o Papa evocou o exemplo concreto de São Francisco, com a sua “maneira radical de imitar a Cristo”. “O amor pelos pobres e a imitação de Cristo são dois elementos indivisivelmente unidos, duas faces da mesma medalha” - insistiu. Qual é hoje o testemunho que ele nos dá? – interrogou-se o Papa, observando que a primeira coisa, a realidade fundamental de que São Francisco nos dá testemunho é esta: ser cristão é uma relação vital com a Pessoa de Jesus, é revestir-se d’Ele, é assimilação a Ele”. E isso “começa do olhar de Jesus na cruz”.
“Deixar-se olhar por Ele no momento em que dá a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência, de um modo particular na pequena igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo.”
“Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a permanecer diante do Crucifixo, a deixarmo-nos olhar por Ele, a deixar-nos perdoar, recriar pelo seu amor”.
Um segundo aspecto do testemunho de São Francisco recordado pelo Papa na sua homilia foi o seguinte: “quem segue a Cristo, recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele, e não o mundo, nos pode dar”. “Qual é a paz que Francisco acolheu e viveu e que nos transmite? É a paz de Cristo, que passou através do maior amor, o da Cruz. É a paz que Jesus Ressuscitado deu aos discípulos”.
O Papa fez notar que “a paz franciscana não é um sentimento piegas” “Por favor, este São Francisco não existe!”“A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem toma sobre si o seu jugo, isto é, o seu mendamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
Finalmente, terceiro aspecto do testemunho de Francisco de Assis recordado pelo Papa na homilia da missa, “o amor por toda a criação, pela sua harmonia”:“O Santo de Assi dá testemunho do respeito por tudo o que Deus criou e que o homem é chamado a guardar e proteger, mas sobretudo dá testemunho de respeito e amor por todo o ser humano”.
E foi neste contexto, quase a concluir a sua homilia, que o Papa Francisco lançou um solene apelo à paz e ao respeito pela criação: “Daqui, desta Cidade da Paz, repito com a força e a mansidão do amor: respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição!
Respeitemos todo o ser humano: cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, calem-se as armas e que, por toda a parte, o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união.
Ouçamos o grito dos que choram, sofrem e morrem por causa da violência, do terrorismo ou da guerra na Terra Santa, tão amada por São Francisco, na Síria, em todo o Médio Oriente, no mundo.”
Este o texto integral da homilia do Papa:«Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11, 25).
A todos, paz e bem! Com esta saudação franciscana, agradeço-vos por terdes vindo a esta Praça, cheia de história e fé. Para rezarmos juntos.Como tantos outros peregrinos, também eu vim hoje, para bendizer o Pai por tudo o que quis revelar a um destes «pequeninos» de que nos fala o Evangelho: Francisco, filho de um comerciante rico de Assis. O encontro com Jesus levou-o a despojar-se de uma vida cómoda e despreocupada, para desposar a «Senhora Pobreza» e viver como verdadeiro filho do Pai que está nos céus. Esta escolha, feita por São Francisco, constituía uma maneira radical de imitar a Cristo, de se revestir d’Aquele que, sendo rico, Se fez pobre para nos enriquecer por meio da sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). Em toda a vida de Francisco, o amor pelos pobres e a imitação de Cristo pobre são dois elementos indivisivelmente unidos, as duas faces da mesma medalha.
De que nos dá hoje testemunho São Francisco? Que nos diz ele, não com as palavras – isso é fácil –, mas com a vida?
1. A primeira coisa, a realidade fundamental de que nos dá testemunho é esta: ser cristão é uma relação vital com a Pessoa de Jesus, é revestir-se d’Ele, é assimilação a Ele.De onde começa o caminho de Francisco para Cristo? Começa do olhar de Jesus na cruz. Deixar-se olhar por Ele no momento em que dá a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência, de um modo particular, na pequena igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo, que poderei também eu venerar hoje. Naquele crucifixo, Jesus não se apresenta morto, mas vivo! O sangue escorre das feridas das mãos, dos pés e do peito, mas aquele sangue exprime vida. Jesus não tem os olhos fechados, mas abertos, bem abertos: um olhar que fala ao coração. E o Crucifixo não nos fala de derrota, de fracasso; paradoxalmente fala-nos de uma morte que é vida, que gera vida, porque nos fala de amor, porque é o Amor de Deus encarnado, e o Amor não morre, antes derrota o mal e a morte. Quem se deixa olhar por Jesus crucificado fica recriado, torna-se uma «nova criatura». E daqui tudo começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem mérito algum, até sendo pecadores. Por isso, Francisco pode dizer como São Paulo: «Quanto a mim, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Gal 6, 14).
Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a permanecer diante do Crucifixo, a deixar-nos olhar por Ele, a deixar-nos perdoar, recriar pelo seu amor.
2. No Evangelho, ouvimos estas palavras: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 28-29). Esta é a segunda coisa de que Francisco nos dá testemunho: quem segue a Cristo, recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele, e não o mundo, nos pode dar. Na ideia de muitos, São Francisco aparece associado com a paz; e está certo, mas poucos vão em profundidade. Qual é a paz que Francisco acolheu e viveu, e que nos transmite? A paz de Cristo, que passou através do maior amor, o da Cruz. É a paz que Jesus Ressuscitado deu aos discípulos, quando apareceu no meio deles e disse: «A paz esteja convosco!»; e disse-o, mostrando as mãos chagadas e o peito trespassado (cf. Jo 20, 19.20).
A paz franciscana não é um sentimento piegas. Por favor, este São Francisco não existe! E também não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos... Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns se formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem «toma sobre si» o seu «jugo», isto é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34; 15, 12). E este jugo não se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas com mansidão e humildade de coração.Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a ser «instrumentos da paz», da paz que tem a sua fonte em Deus, a paz que nos trouxe o Senhor Jesus.
3. «Altíssimo, omnipotente, bom Senhor, (...) louvado sejas (...) com todas as tuas criaturas» (FF, 1820). Assim começa o Cântico de São Francisco. O amor por toda a criação, pela sua harmonia. O Santo de Assis dá testemunho do respeito por tudo o que Deus criou e que o homem é chamado a guardar e proteger, mas sobretudo dá testemunho de respeito e amor por todo o ser humano. Deus criou o mundo, para que seja lugar de crescimento na harmonia e na paz. A harmonia e a paz! Francisco foi homem de harmonia e de paz. Daqui, desta Cidade da Paz, repito com a força e a mansidão do amor: respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição! Respeitemos todo o ser humano: cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, calem-se as armas e que, por toda a parte, o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união. Ouçamos o grito dos que choram, sofrem e morrem por causa da violência, do terrorismo ou da guerra na Terra Santa, tão amada por São Francisco, na Síria, em todo o Médio Oriente, no mundo.
Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: alcançai-nos de Deus o dom de haver, neste nosso mundo, harmonia e paz!
Não posso, enfim, esquecer que hoje a Itália celebra São Francisco como seu Padroeiro. Disso mesmo é expressão também o gesto tradicional da oferta do azeite para a lâmpada votiva, que este ano compete precisamente à Região da Úmbria. Rezemos pela Nação Italiana, para que cada um trabalhe sempre pelo bem comum, olhando mais para o que une do que para o que divide.Faço minha a oração de São Francisco por Assis, pela Itália, pelo mundo: «Peço-Vos, pois, ó Senhor Jesus Cristo, pai das misericórdias, que Vos digneis não olhar à nossa ingratidão, mas recordai-Vos da superabundante compaixão que sempre mostrastes [por esta cidade], para que seja sempre o lugar e a morada de quantos verdadeiramente Vos conhecem e glorificam o vosso bendito e gloriosíssimo nome pelos séculos dos séculos. Amen» (Espelho de perfeição, 124: FF, 1824).

Encontro do Papa, na catedral de Assis, com os pastores e leigos mais responsáveis da diocese

Encontro do Papa, na catedral de Assis, com os pastores e leigos mais responsáveis da diocese

2013-10-04 Rádio Vaticana
Após o almoço, com os pobres, no Centro Caritas, o Papa realizou uma visita pessoal ao Ermo dos Cárceres, nos arredores de Assis. Acolhido pela comunidade franciscana, o pontífice deteve-se em oração na Cela de São Francisco. Daí, seguiu para a catedral de Assis, para se encontrar com o clero, os consagrados e os leigos empenhados nos conselhos pastorais.
Um dos aspectos sublinhados nas palavras que lhes dirigiu foi precisamente sobre os conselhos pastorais, que – sublinhou com vigor – devem existir em todas as dioceses e em todas as paróquias. Três pontos de orientação pastoral deixados pelo Papa aos pastores e leigos responsáveis da diocese:
“Escutar a Palavra, caminhar conjuntamente em fraternidade, anunciar o Evangelho nas periferias”.
“A primeira coisa é escutar a Palavra de Deus… Perguntemo-nos: que lugar tem a Palavra de Deus na minha vida, a vida de cada dia? Estou sintonizado com Deus ou com tantas palavras (que estão na) moda ou comigo mesmo!”
Sobre o segundo aspecto – “caminhar”, o Papa observou tratar-se de uma das suas palavras preferidas quando pensa no cristão e na Igreja. Por maioria de razão é uma orientação válida para uma diocese que está para realizar um “Sínodo” – palavra que quer dizer, nem mais nem menos, caminhar conjuntamente.
O Santo Padre aproveitou a ocasião para recordar a importância do perdão recíproco, entre todos, nomeadamente no seio das famílias, nos casais. Deixando um conselho, um pedido: mesmo que haja discussões muito directas, que nunca se vá para a cama sem fazer paz”. Da catedral, o Santo Padre partiu para a basílica de Santa Clara. Aí, depois de venerar, na cripta, o corpo de Santa Clara, deteve-se em oração silenciosa diante do Crucifixo de São Damião e teve um colóquio com as monjas clarissas (foto).
De Santa Clara, seguiu para a basílica de Santa Maria dos Anjos, no vale aos pés de Assis, para rezar na capelinha da Porciúncula, seguindo-se depois, no amplo adro em frente à basílica, um encontro com os jovens da diocese.

missa em Assis Presidida por Papa Francisco

Em Missa, Papa convida ao respeito à criação e ao ser humano

Visita a Assis


Papa Francisco destaca três aspectos que a vida de São Francisco ensina:  a relação vital com Cristo, que quem O segue recebe a verdadeira paz e o respeito pela criação
Kelen Galvan
Da Redação
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“Quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz”, afirmou o Papa Francisco (Foto: Clarissa Oliveira / CN Roma)
Cerca de 50 mil pessoas participaram, nesta sexta-feira, 4, da Santa Missa, presidida pelo Papa Francisco na Praça de São Francisco, em Assis, na Itália. O Pontífice visita a cidade do santo, cujo nome escolheu para seu Pontificado, neste dia em que a Igreja Católica celebra sua memória.
O Santo Padre agradeceu a todos os que foram a Assis para rezar com ele, e afirmou que, como tantos peregrinos, foi à cidade para “bendizer ao Pai por tudo o que quis revelar a esses pequeninos”.
Acesse
.: Íntegra da homilia do Papa.: FOTOS da visita do Papa a Assis
O Papa recordou que Francisco, filho de um conhecido rico da cidade, após ter um encontro com o Senhor, despejou-se de uma “vida cômoda”, e escolheu viver como verdadeiro filho do Pai que está no Céu. “Essa história vivida por São Francisco, constitui uma maneira radical de seguir a Cristo”, ressaltou.
O Pontífice destacou três aspectos que a vida de São Francisco nos ensina: a relação vital com Cristo, que quem O segue recebe a verdadeira paz e o respeito pela criação.
O primeiro aspecto diz da realidade fundamental de que “ser cristão é uma relação vital com Cristo, é assimilar-se com Ele”. E esse caminho de Francisco começa “do olhar a Cristo”, explica o Santo Padre.
“Quem se deixa olhar por Jesus crucificado é ‘recriado’, transforma-se numa ‘nova criatura’. Daqui parte tudo: é a experiência da Graça, que transforma o ser amado, sem mérito, mesmo sendo pecador”, afirmou.
O Evangelho de hoje (cf. Mt 11, 25-30) destaca: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei”, e esta é a segunda coisa que Francisco dá testemunho, afirmou o Papa. “Quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele nos pode dar”.
O Pontífice explicou que a paz que Francisco acolhe e transmite não é uma paz “piegas”, nem uma espécie de energia panteísta com as energias do cosmos. “Isso não é franciscano”, afirmou.
Pelo contrário, “A paz de São Francisco é aquela de Cristo, e a encontra quem ‘toma sobre si o seu jugo’, isto é, o seu mandamento: ‘Amai-vos uns aos outros como eu vos amei’.  E esse jugo não se pode levar com arrogância, com presunção, com soberba, mas somente se pode levar com mansidão e humildade de coração”, explicou o Santo Padre.
Por fim, o terceiro aspecto que nos ensina São Francisco é o amor por toda a criação, por sua harmonia. “O Santo de Assis dá testemunho de respeito por tudo aquilo que Deus criou… onde o homem deve estar ao centro da criação”.
Nesse momento, o Papa pediu novamente que cessem os conflitos armados e que sejam ouvidos “os gritos dos que sofrem”, na Terra Santa, no Oriente Médio e em todo o mundo.
“Respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição! Respeitemos cada ser humano: cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, silenciem-se as armas e então o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união”, afirmou.
No término da Celebração, o Pontífice fez a tradicional oferta do óleo para a lâmpada votiva a São Francisco.
Em seguida, dirigiu-se à Praça Donegiani em Santa Maria dos Anjos, onde irá almoçar com os pobres assistidos pela Caritas. Um pouco mais tarde, o Santo Padre fará uma visita privada à Ermida do Cárcere e uma oração na Cela de São Francisco

El Papa reza ante la tumba de San Francisco


04/10/13

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Missa da acessibilidade será primeiro evento com audiodescrição ao vivo da televisão brasileira

sábado, 21 de setembro de 2013

Missa da acessibilidade será primeiro evento com audiodescrição ao vivo da televisão brasileira

A Missa da Acessibilidade será realizada no dia 22 de setembro no Santuário Nacional, em Aparecida (SP), e terá diferentes recursos de acessibilidade para que todos os devotos possam participar da celebração.
A missa será transmitida pela TV Aparecida e além do closed caption (legenda oculta) frequente nas celebrações da emissora para atender aos devotos com deficiência auditiva, os devotos com deficiência visual também poderão acompanhar a celebração com audiodescrição ao vivo.
Essa transmissão marcará história na televisão brasileira, pois a modalidade de audiodescrição ao vivo na televisão é inédita, uma vez que as demais emissoras têm feito somente audiodescrição gravada de filmes e séries.
Quem quiser acompanhar a Missa da Acessibilidade pela TV Aparecida pode sintonizar os seguintes canais digitais: em Aparecida (SP) 59.1, São Paulo (SP) 41.1, Curitiba (PR) 44.1, Florianópolis (SC) 43.1, Sorocaba (SP) 16.1, Campo Grande (MS) 48.1 e no Rio de Janeiro (RJ) 46.1, Maceió (AL) 24.1 e Uberaba (MG) 22.1, Belém (PA) no 27.1.
A TV Cultura tradicionalmente transmite a Missa de Aparecida aos domingos e na Missa da Acessibilidade a emissora também retransmitirá a audiodescrição para os seus telespectadores na sua cobertura digital.

Missa da Acessibilidade | Domingo, 22 de Setembro de 2013, na Rede Apare...