quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mensagem de dom Odilo a Bento 16

Mensagem de dom Odilo a Bento 16
São Paulo, 13 de fevereiro de 2013
Santo Padre, Papa Bento XVI,

No dia 11 de fevereiro passado, diante de um grupo de Cardeais reunidos em Consistório Ordinário para as Causas dos Santos, Vossa Santidade surpreendeu a Igreja e o mundo com o anúncio de seu propósito de renunciar ao ministério de Sucessor de São Pedro.
Assim, no próximo dia 28 de fevereiro, às 20h de Roma, a Cátedra de Pedro se tornará vacante e, portanto, o Colégio dos Cardeais deverá reunir-se em Conclave para escolher um novo Papa para assumir a importante e árdua missão de governar “barca de Pedro”, a Igreja.
Desejo, por meio desta Mensagem, manifestar em meu nome pessoal, e em nome do Clero, dos Religiosos, demais Consagrados e dos Leigos desta Arquidiocese, o afeto filial, a compreensão e a acolhida, na fé, desse gesto de Vossa Santidade, realizado pelo bem da Igreja.
Vossa Santidade nos deu um grande exemplo de humildade e coragem e, ao mesmo tempo, de fé e generosidade, ao colocar em evidência que o bem e a missão da Igreja devem ocupar o primeiro lugar nas preocupações de todos aqueles que são chamados e constituídos no serviço do Rebanho do Senhor. Ao entregar a Santa Igreja “aos cuidados do seu Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo”, Vossa Santidade indicou qual é a verdadeira natureza do ministério do Papa, dos Bispos e de todos os Sacerdotes, colocados a serviço da Igreja: somos todos servidores do Povo de Deus em nome de Jesus Cristo e por encargo seu. É Ele o verdadeiro e único Senhor e Pastor da Igreja, que cuida dela e quer o seu bem mais do que ninguém outro!
Manifesto, portanto, minha mais sincera compreensão, respeito e admiração pelo gesto humilde, corajoso e generoso de Vossa Santidade e pelo ensinamento de fé que nos deixa, no serviço a Jesus Cristo e à Igreja. Não devemos estar apegados a cargos e posições, quando está em jogo o bem maior da Igreja, à qual servimos.
Mais do que nunca, queremos reafirmar nossa fé na “Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica” e nossa confiança na ação do Espírito Santo que a assiste, bem como na palavra de Cristo, que prometeu: “as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (cf. Mt 16,18). E ainda: “Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (cf. Mt 28,20).
Desejo, em nome da Arquidiocese de São Paulo e em meu nome pessoal, expressar meus sentimentos de admiração e o agradecimento a Vossa Santidade pelo bem que fez à Igreja nesses quase 8 anos de Pontificado, mesmo em meio a tantos sofrimentos e até incompreensões. Somos gratos a Vossa Santidade pelos numerosos, ricos e profundos ensinamentos que lega à Igreja, pelas catequeses e documentos magisteriais, pelas encíclicas sobre a Caridade, a Esperança, a encíclica - Caritas in Veritate – e pelas Exortações Apostólicas. Gratos ainda pela obra Jesus de Nazaré, entregue à Igreja e à humanidade como um testemunho importantíssimo de reflexão teológica e de fé sobre nosso Mestre e Salvador.
Somos gratos, pela visita de Vossa Santidade ao Brasil, em 2007, especialmente aqui, em São Paulo e Aparecida; pela canonização de Santo Antonio de Sant’Ana Galvão, 1º Santo nascido no Brasil, canonizado naquela ocasião. Somos gratos pelo estímulo dado aos sacerdotes mediante o Ano Sacerdotal, e à Igreja toda para renovar-se na fé, mediante o Ano da Fé, que estamos vivendo. Gratos ainda pela escolha do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar a próxima Jornada Mundial da Juventude.
Pessoalmente, agradeço a Vossa Santidade por ter-me chamado a integrar o Colégio Cardinalício e a colaborar em diversos Organismos da Cúria Romana, em função do Ministério de Vossa Santidade em favor de toda a Igreja.
Deus recompense Vossa Santidade! Continuaremos rezando para que lhe sejam concedidos saúde e dias serenos, enquanto ora, estuda e oferece sua vida pelo bem da Igreja e para que as ovelhas do rebanho do Bom Pastor tenham vida em abundância.
E agora, peço de coração para mim e para toda a Arquidiocese de São Paulo, que lhe quer muito bem, a confortadora Bênção Apostólica.

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
 
http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/mensagem-de-dom-odilo-bento-16

A juventude grita: Bento XVI é exemplo de coragem e humildade

É unânime entre os jovens católicos a admiração por Bento XVI e sua atitude de renunciar ao pontificado. O amor que a juventude sente por ele está muito evidente e, mesmo deixando de ser papa, Ratzinger continuará sendo exemplo para muitas gerações. “O que mais ficou em destaque para mim foi que ele foi um papa sem vaidade, porque ele poderia muito bem estar no cargo mesmo que cambaleando, mas teve a humildade de admitir a limitação corporal que não permitia mais que ele estivesse a frente da Igreja. Isso para mim foi uma atitude de coragem e muita sabedoria”, afirmou o voluntário diocesano Alexandre Silva.
Porém, nem todos aceitaram bem a saída do papa logo de primeira. Poliana Martins, voluntária nacional de Minas Gerais, admite que ficou um pouco assustada ao saber da notícia, mas o sentimento que prevaleceu foi o orgulho, não a decepção. “A gente fica triste porque ele vai nos deixar, mas também ficamos orgulhosos, pois teve o caráter de falar que para ele não dava mais. É muito maravilhoso saber que Bento é tão maduro na idade, mas tão jovem de coração”, disse ela.
Para Aline Vonsovicz, voluntária nacional de Curitiba, Bento XVI durante todo seu pontificado abraçou a causa da juventude, os confortou e os formou, para agora jogá-los ao mundo. Segundo ela, Bento quer uma provação de que o jovem católico é capaz de fazer a Jornada acontecer. “Aconteça o que acontecer, eu sou católica e estarei com a Igreja. Como católica, estarei junto com quem o Espírito Santo enviar”, reiterou Aline.
Bárbara Mello, voluntária do Comitê Organizador Local da Jornada, está muito convicta de que tudo se sairá bem durante a JMJ, conforme Deus quer, mas também convida a todos a rezar por este momento. “Estamos num tempo novo. Vamos nos unir como um só corpo. Então, joelho no chão e oração, somos Igreja! Vamos orar pelo nosso Pontífice e seu sucessor. A JMJ no Rio está no coração de Deus e tudo dará certo!”
Muitos tiveram a primeira experiência com uma jornada em Madri, em 2011. De lá saíram jovens encantados com Bento XVI e dispostos a serem fiéis a Igreja, como Samara Rodrigues, voluntária nacional de Pernambuco, por exemplo. De acordo com ela, as palavras de Ratzinger a motivaram a amar mais a Igreja e a exercer melhor sua missão evangelizadora. “Ele renunciou por amor à Igreja e por cada um de nós. Eu realmente creio que o novo papa vai dar continuidade a tudo o que Bento já fez e espero que ele viva a juventude ainda mais, para que nós jovens o tenhamos como referência de santidade”, concl

Bento XVI no último Angelus : “Não abandono a Igreja”

Não abandono a Igreja, pelo contrário. Continuarei a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor”: palavras de Bento XVI pronunciadas em seu último Angelus como Pontífice, na manhã deste domingo, 24 de fevereiro.

Mais de 100 mil pessoas lotaram a Praça São Pedro para este evento histórico. Faixas e cartazes em várias línguas demonstravam o carinho dos fiéis. Desde as primeiras horas da manhã, a Praça aos poucos foi sendo tomada por religiosas, sacerdotes, turistas, mas principalmente por famílias com crianças e muitos jovens.

Ao meio-dia, assim que a cortina da janela de seus aposentos se abriu, Bento XVI foi aclamado pela multidão.

Comentando o Evangelho da Transfiguração do Senhor, o Papa citou o evangelista Lucas, que ressalta o fato de que Jesus se transfigurou enquanto rezava: a sua é uma experiência profunda de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive sobre um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João.

Meditando sobre esta passagem do Evangelho, explicou o Pontífice, podemos tirar um ensinamento muito importante. "Antes de tudo, a primazia da oração, sem a qual todo o trabalho de apostolado e de caridade se reduz ao ativismo. Na Quaresma, aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e de suas contradições."

A existência cristã – disse o Papa, citando sua Mensagem para a Quaresma –, consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que dele derivam, a fim de servir nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus.

“Queridos irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus eu a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida. O Senhor me chama a 'subir o monte', para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, pelo contrário. Se Deus me pede isso, é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças.”
Na saudação em várias línguas, Bento XVI falou também em português: “Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus: obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade, em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o bom Deus vos cumule de todas as bênçãos”.
Texto e foto: Radio Vaticano

PAPA BENTO XVI


PAPA EMERITO

 
 
 

papa podera ser chamado de papa emerito

partir do dia 28 de fevereiro, o Papa Bento XVI poderá ser chamado como Sua Santidade Bento XVI, Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito. Essas informações foram esclarecidas na manhã desta terça-feira, 26 de fevereiro, pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, na coletiva de imprensa.
Quanto ao Anel do Pescador, padre Lombardi esclareceu que, conforme prevê a Constituição, o anel será destruído pelo cardeal Camerlengo. O Papa continuará a se vestir com uma batina branca e simples porém sem mantelete e não calçará mais sapatos vermelhos.
O papa Bento XVI deixará a Cátedra de São Pedro às 20h desta quinta-feira, 16h no horário de Brasília. Nesta ocasião, Sua Santidade vai se instalar provisoriamente na residência papal de verão em Castel Gandolfo, 30 km de Roma, para se dedicar a oração pela Igreja.
 
 

obrigada


catequese papa Bento XVI

Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013, 10h07

Bento XVI faz última Catequese de seu Pontificado


Da Redação, com Rádio Vaticano



“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos”, destacou o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 27, a última atividade pública do seu Pontificado.

O Santo Padre explicou que nos últimos meses sentiu que suas forças tinham diminuído e pediu a Deus "com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja”.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA - Última Catequese de Bento XVI


“Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios”, afirmou.

Bento XVI deixará o Ministério Petrino nesta quinta-feira, 28, às 20h (horário de Roma, 16h em Brasília) e passará um período em Castel Gandolfo até a eleição do novo Pontífice.



Catequese
Praça São Pedro
Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio!
Ilustres Autoridades!
Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço-vos por terem vindo em tão grande número para esta minha última Audiência geral.
Obrigado de coração! Estou realmente tocado! E vejo a Igreja viva! E penso que devemos também dizer um obrigado ao Criador pelo tempo belo que nos doa agora ainda no inverno.
Como o apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto no meu coração o dever de agradecer sobretudo a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento a minha alma se expande para abraçar toda a Igreja espalhada no mundo; e dou graças a Deus pelas “notícias” que nestes anos do ministério petrino pude receber sobre a fé no Senhor Jesus Cristo, e da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e nos orienta para a vida em plenitude, rumo à pátria do Céu.
Sinto levar todos na oração, um presente que é aquele de Deus, onde acolho em cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Tudo e todos acolho na oração para confiá-los ao Senhor: para que tenhamos plena consciência da sua vontade, com toda sabedoria e inteligência espiritual, e para que possamos agir de maneira digna a Ele, ao seu amor, levando frutos em cada boa obra (cfr Col 1,9-10).
Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei, todos nós sabemos, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade de crentes o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e vive na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.
Quando, em 19 de abril há quase oito anos, aceitei assumir o ministério petrino, tive a firme certeza que sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja, da Palavra de Deus. Naquele momento, como já expressei muitas vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedes isto e o que me pede? É um peso grande este que me coloca sobre as costas, mas se Tu lo me pedes, sobre tua palavra lançarei as redes, seguro de que Tu me guiarás, mesmo com todas as minhas fraquezas. E oito anos depois posso dizer que o Senhor me guiou, esteve próximo a mim, pude perceber cotidianamente a sua presença. Foi uma parte do caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no mar da Galileia: o Senhor nos doou tantos dias de sol e de leve brisa, dias no qual a pesca foi abundante; houve momentos também nos quais as águas eram agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquela barca está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é Sua. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também através dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza, que nada pode ofuscá-la. E é por isto que hoje o meu coração está cheio de agradecimento a Deus porque não fez nunca faltar a toda a Igreja e também a mim o seu consolo, a sua luz, o seu amor.
Estamos no Ano da Fé, que desejei para reforçar propriamente a nossa fé em Deus em um contexto que parece colocá-Lo sempre mais em segundo plano. Gostaria de convidar todos a renovar a firme confiança no Senhor, a confiar-nos como crianças nos braços de Deus, certo de que aqueles braços nos sustentam sempre e são aquilo que nos permite caminhar a cada dia, mesmo no cansaço. Gostaria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que doou o seu Filho por nós e que nos mostrou o seu amor sem limites. Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Em uma bela oração para recitar-se cotidianamente de manhã se diz: “Adoro-te, meu Deus, e te amo com todo o coração. Agradeço-te por ter me criado, feito cristão…”. Sim, somos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém pode nos tirar! Agradeçamos ao Senhor por isto todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos!
Mas não é somente a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na guia da barca de Pedro, mesmo que seja a sua primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho no levar a alegria e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, ajudaram-me e foram próximas a mim. Antes de tudo vós, queridos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou com fidelidade nestes anos; a Secretaria de Estado e toda a Cúria Romana, como também todos aqueles que, nos vários setores, prestaram o seu serviço à Santa Sé: são muitas faces que não aparecem, permanecem na sombra, mas propriamente no silêncio, na dedicação cotidiana, com espírito de fé e humildade foram para mim um apoio seguro e confiável. Um pensamento especial à Igreja de Roma, a minha Diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre percebi grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Em cada dia levei cada um de vós na oração, com o coração de pai.
Gostaria que a minha saudação e o meu agradecimento alcançasse todos: o coração de um Papa se expande ao mundo inteiro. E gostaria de expressar a minha gratidão ao Corpo diplomático junto à Santa Sé, que torna presente a grande família das Nações. Aqui penso também em todos aqueles que trabalham para uma boa comunicação, a quem agradeço pelo seu importante serviço.
Neste ponto gostaria de agradecer verdadeiramente de coração todas as numerosas pessoas em todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram sinais comoventes de atenção, de amizade e de oração. Sim, o Papa não está nunca sozinho, agora experimento isso mais uma vez de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantas pessoas se sentem muito próximas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado, dos Líderes religiosos, de representantes do mundo da cultura, etc. Mas recebo muitas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente do seu coração e me fazem sentir o seu afeto, que nasce do estar junto com Cristo Jesus, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se escreve, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece. Escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de uma ligação familiar muito afetuosa. Aqui pode se tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que une todos nós. Experimentar a Igreja deste modo e poder quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, em um tempo no qual tantos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja é viva hoje!
Nestes últimos meses, senti que as minhas forças estavam diminuindo e pedi a Deus com insistência, na oração, para iluminar-me com a sua luz para fazer-me tomar a decisão mais justa não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também inovação, mas com profunda serenidade na alma. Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio.
Aqui, permitam-me voltar mais uma vez a 19 de abril de 2005. A gravidade da decisão foi propriamente no fato de que daquele momento em diante eu estava empenhado sempre e para sempre no Senhor. Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem mais privacidade alguma. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. Sua vida vem, por assim dizer, totalmente privada da dimensão privada. Pude experimentar, e o experimento precisamente agora, que se recebe a própria vida quando a doa. Antes disse que muitas pessoas que amam o Senhor amam também o Sucessor de São Pedro e estão afeiçoadas a ele; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; porque não pertence mais a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele.
O “sempre” é também um “para sempre” – não há mais um retornar ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não revoga isto. Não retorno à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas estou de modo novo junto ao Senhor Crucificado. Não carrego mais o poder do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração estou, por assim dizer, no recinto de São Pedro. São Bento, cujo nome levo como Papa, será pra mim de grande exemplo nisto. Ele nos mostrou o caminho para uma vida que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus.
Agradeço a todos e a cada um também pelo respeito e pela compreensão com o qual me acolheram nesta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja com a oração e a reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que busquei viver até agora a cada dia e que quero viver sempre. Peço-vos para lembrarem-se de mim diante de Deus e, sobretudo, para rezar pelo Cardeais, chamados a uma tarefa tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro: o Senhor o acompanhe com a sua luz e a força do seu Espírito.
Invoquemos a materna intercessão da Virgem Maria Mãe de Deus e da Igreja para que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a ela nos confiemos, com profunda confiança.
Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja, a apoia mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Não percamos nunca esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a alegre certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está próximo a nós e nos acolhe com o seu amor. Obrigado!


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

2 SERVOS DE DEUS


PAPA BENTO XVI


mensagem Papa Bento XVI


cf 2013


NOSSA SENHORA APARECIDA


cf 2013


Amiguinhos da fé


Ano da fé


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

evangelho 22 de fevereiro


filme do Papa Bento XVI


Missa da catedra de São Pedro e ato de dignificação da fé


Igreja celebra Cátedra de São Pedro

Igreja celebra a Festa da Cátedra de São Pedro. Trata-se de uma tradição muito antiga, testemunhada em Roma desde os finais do século IV, que dá graças a Deus pela missão confiada ao apóstolo Pedro e a seus sucessores. Na basílica de São Pedro, em Roma, encontra-se o monumento à “cátedra” do apóstolo, obra do escultor italiano Gian Lorenzo Bernini, executada em forma de grande trono de bronze, sustentada pelas estátuas de quatro doutores da Igreja, dois do Ocidente, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, e dois do oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio.
Na Arquidiocese de São Paulo o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, convida os fiéis a participarem da celebração na Catedral da Sé, às 12h, bem como celebrar em suas paróquias. Este ano dom Odilo pede que os fiéis rezem em especial intenção pelo papa Bento 16.
Nesta sexta-feira, ainda haverá uma celebração às 19h30 na capela da PUC-SP, Campus Monte Alegre, que além da intenção do Santo Padre, será um “Ato de Dignificação da Cruz”, que foi ultrajada durante

manifestações ocorridas na Universidade, no ano passado.

Entenda a celebração da Cátedra de São Pedro

Mas por que é celebrada a “cátedra” de Pedro? A ela a tradição da Igreja atribui um forte significado espiritual e reconhece um sinal privilegiado do amor de Deus, Pastor bom e eterno, que quer reunir toda sua Igreja e guiá-la pelo caminho da salvação.
A “cátedra” literalmente quer dizer a sede fixa do bispo, localizada na Igreja mãe de uma diocese que, por este motivo, é chamada “catedral”. Ela simboliza a autoridade do bispo e, em particular, de seu “magistério”, ou seja, do ensinamento evangélico que ele, enquanto sucessor dos apóstolos, está chamado a transmitir à comunidade cristã.
Qual foi, então, a “cátedra” de São Pedro? Ele, escolhido por Cristo como “rocha” sobre a qual a Igreja seria edificada (cf. Mateus 6, 18), começou seu ministério em Jerusalém, depois da ascensão do Senhor e de Pentecostes. A primeira “sede” da Igreja foi o Cenáculo, em Jerusalém. É provável que naquela sala, onde também Maria, a Mãe de Jesus, rezou junto aos discípulos, se reservasse um posto especial a Simão Pedro.
Em seguida, a sede de Pedro foi Antioquia, cidade situada no rio Oronte, na Síria, hoje Turquia. Naqueles tempos era a terceira cidade do Império Romano depois de Roma e de Alexandria do Egito. Daquela cidade, evangelizada por Barnabé e Paulo, onde “pela primeira vez os discípulos receberam o nome de “cristãos” (Atos 11, 26), Pedro foi o primeiro bispo da Igreja.
Depois, a Providência levou Pedro a Roma. Portanto, encontramo-nos com o caminho que vai de Jerusalém (Igreja nascente) a Antioquia (primeiro centro da Igreja, que agrupava pagãos) e também unida à Igreja proveniente dos judeus. Depois, Pedro dirigiu-se a Roma, centro do Império, onde concluiu com o martírio sua carreira ao serviço do Evangelho.
Por esse motivo, a sede de Roma, que havia recebido a maior honra, recebeu também a tarefa confiada por Cristo a Pedro: estar a serviço de todas as Igrejas particulares para a edificação e a unidade de todo o Povo de Deus. A sede de Roma, depois dessas migrações de São Pedro, foi reconhecida como a do sucessor de Pedro, e a “cátedra” de seu bispo representou a do apóstolo encarregado por Cristo de apascentar todo seu rebanho. A cátedra do bispo de Roma representa, portanto, não só seu serviço à comunidade romana, mas também sua missão de guia de todo o Povo de Deus

http://arquidiocesesp.org.br/noticias/igreja-celebra-c%C3%A1tedra-de-s%C3%A3o-pedro

domingo, 17 de fevereiro de 2013

oremos


Homilia Dom Odilo Quarta de Cinzas


Coletiva de imprensa com D. Odilo


campanha da frateernidade 2013


Jornal da Vida 14 05 13 Dom Raymundo vai a Roma para despedida do Papa


tribuna independente. 14 de março


entrevista da Rede vida com o Cardeal D. Claudio hummes

Dom Claudio Hummes atendeu a REDEVIDA para entrevista exclusiva ao repórter Thiago Fagnani para falar sobre a renúncia do santo padre. O arcebispo emérito de São Paulo disse estar surpreso com a notícia, pois há seis séculos um papa não deixava o cargo em vida, porém, lembrou que Bento XVI já havia dito que poderia um dia deixar o Vaticano.
Bem humorado e tranquilo, o cardeal brasileiro admitiu que o fato de um papa anunciar que deixará o cargo, pode ajudar os cardeais na escolha de um sucessor.
Dom Cláudio Hummes estará no conclave junto com mais quatro cardeais brasileiros. O arcebispo emérito de São Paulo explicou que antes da reunião de escolha do novo Papa os cardeais rezam. A inspiração do Divino Espírito Santo, segundo Dom Claudio, é fundamental para se realizar um bom voto no conclave.

Papa Bento XVI inicia retiro e fica sem atividade pública nesta semana

Após abençoar milhares de fiéis na manhã deste domingo (17) no Vaticano, durante a cerimônia do Ângelus, o Papa Bento XVI iniciou por volta das 12h (hora de Brasília) um retiro de exercícios espirituais acompanhado por cardeais e membros da Cúria Romana. O rito antecede sua saída, marcada para o dia 28 de fevereiro.
Durante esta semana, Bento XVI não participará de atividades públicas e eventos relacionados ao período da Quaresma foram cancelados.
De acordo com agências de notícias, serão 17 meditações, com duração de três horas por dia, com o tema “o rosto de Deus e o rosto do homem na prece dos salmos”. As meditações serão baseadas no Saltério, livro do Antigo Testamento que contém elogios a Deus e que conta com 150 salmos, dos quais o maior número foi composto por David.
O retiro deve acontecer na capela Mãe do Redentor, no Vaticano, e as meditações ficarão a cargo do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, de 70 anos, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Especialistas em Vaticano apontam que Ravasi tem grande chance de ser eleito papa durante o próximo conclave, que deve acontecer no próximo mês.
Apesar de cancelar parte de sua programação ao longo da semana, o papa se reunirá brevemente todos os dias com seu secretário particular e prefeito regional da Casa Pontifícia, Georg Gänswein, para despachar os assuntos mais urgentes. No sábado, após o encerramento dos exercícios, Bento XVI receberá em audiência privada o presidente da Itália, Giorgio Napolitano.
Candidato a papa Fontes do Vaticano ouvidas pela agência EFE disseram que em outros retiros como o que Bento XVI irá participar, mas com outros papas, cardeais que receberam tais incumbências se tornaram, posteriormente, líderes da Igreja Católica.

Embora não seja possível comparar os casos, esses mesmos observadores lembraram que João Paulo II encarregou as meditações de sua última Via-Sacra, em 2005, ao então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI.

Além disso, disseram que, em 1976, Paulo VI chamou o então cardeal Karol Wojtyla para que predicasse exercícios espirituais. Dois anos depois, Wotjyla foi eleito papa João Paulo II, após a morte de João Paulo I.

Última aparição
Neste domingo, Bento XVI apareceu na janela de seus aposentos no Vaticano para abençoar os milhares de fiéis que se reuniram na Praça São Pedro, em sua penúltima bênção dominical do Ângelus, antes de sua saída.
Bento XVI convocou a Igreja e todos os seus membros a se "renovarem" e "se reorientarem em direção a Deus, rejeitando o orgulho e o egoísmo". “A Igreja convoca todos os seus membros a se renovarem (...), o que envolve uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal quer nos desviar do caminho em direção a Deus”, afirmou Bento XVI para a multidão na Praça São Pedro.

Segundo o Vaticano, a multidão na praça foi de cerca de 50 mil pessoas. As autoridades locais avaliaram que o público foi de mais de 100 mil pessoas na Praça de São Pedro.

Após a aparição de Bento XVI, a multidão na Praça São Pedro gritou “Longa vida ao Papa”. Esta é uma das últimas aparições públicas de Bento XVI enquanto pontífice.

Sede Vacante O Vaticano informou neste sábado (16) que o conclave que escolherá o sucessor do papa Bento XVI poderá começar antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que as regras da Igreja definem que a data dos conclaves pode ser "interpretada" diferentemente desta vez, já que se trata de uma circunstância extraordinária, após a histórica renúncia de Bento XVI.
Ele afirmou anteriormente que o conclave começaria entre 15 e 20 de março, de acordo com as regras existentes. Mas neste sábado (16), disse que os acontecimentos podem ocorrer mais rapidamente, já que a Igreja está lidando com uma renúncia anunciada previamente, e não com uma súbita morte do pontífice.

O tema está sendo debatido pelos próprios cardeais e "é possível que nossas autoridades submetam à votação este tema no mesmo dia em que começar a 'sede vacante'", disse.
Os cardeais estão "profundamente afetados" após a decisão de renunciar de Bento XVI e tentam "focar o alcance e o significado deste gesto", acrescentou o porta-voz do Vaticano.

No total, 117 cardeais terão direito a voto (por terem menos de 80 anos) no conclave que elegerá, dentro da Capela Sistina, o novo Papa com uma maioria de dois terços.

Chances do Brasil
O conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto e que podem ser eleitos pontífices.

O arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos quando começar o processo de escolha do novo papa, marcado para a segunda metade de março.
Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completa (completou) 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.

Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro

irmaos em Cristo

o que coloquei ate agora foi que a imprensa de um modo geral anunciou agora colocarei o que oa canais ,radios e jornais catolicos falam explicam sobre a renuncia do Papa A paz de Cristo ! Alessandra

Vaticano diz que Conclave pode começar antes de 15 de março

Porta-voz afirmou que início depende de quórum de cardeais suficiente.
Bento XVI deixa o comando da Igreja Católica em 28 de fevereiro.

Da Reuters
264 comentários

O Vaticano disse neste sábado (16) que o conclave que escolherá o sucessor do papa Bento XVI poderá começar antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que as regras da Igreja definem que a data dos conclaves pode ser "interpretada" diferentemente desta vez, já que se trata de uma circunstância extraordinária, após a histórica renúncia de Bento XVI.
O Papa Bento XVI é acompanhado durante a Missa de Quarta de Cinzas, no Vaticano (Foto: Reuters)O Papa Bento XVI é acompanhado durante a Missa de Quarta de Cinzas, no Vaticano (Foto: Reuters)
Ele afirmou anteriormente que o conclave começaria entre 15 e 20 de março, de acordo com as regras existentes. Mas neste sábado (16), disse que os acontecimentos podem ocorrer mais rapidamente, já que a Igreja está lidando com uma renúncia anunciada previamente, e não com uma súbita morte do pontífice.
O tema está sendo debatido pelos próprios cardeais e "é possível que nossas autoridades submetam à votação este tema no mesmo dia em que começar a 'sede vacante'", disse.
Os cardeais estão "profundamente afetados" após a decisão de renunciar de Bento XVI e tentam "focar o alcance e o significado deste gesto", acrescentou o porta-voz do Vaticano.
No total, 117 cardeais terão direito a voto (por terem menos de 80 anos) no conclave que elegerá, dentro da Capela Sistina, o novo Papa com uma maioria de dois terços.
O conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto e que podem ser eleitos pontífices.
O arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos quando começar o processo de escolha do novo papa, marcado para a segunda metade de março. Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completa (completou) 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.
Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro

relaçao dos´Papas que ja tivemos

O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11) que vai renunciar a seu pontificado em 28 de fevereiro. O Vaticano confirmou a notícia e afirmou que o papado vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido. Bento XVI é o 265º Papa da linha sucessória iniciada por São Pedro. Veja abaixo a lista de todos os Papas e seus anos de pontificado.
VEJA OS NOMES E O PERÍODO DE PONTIFICADO DE TODOS OS PAPAS DA HISTÓRIA
1) São Pedro (33 a 67)
2) São Lino (67 a 76)
3) Santo Anacleto (76 a 88)
4) São Clemente I (88 a 97)
5) Santo Evaristo (97 a 105)
6) Santo Alexandre I (105 a 115)
7) São Sisto I (115 a 125)
8) São Telésforo (125 a 136)
9) Santo Higino (136 a 140)
10) São Pio I (140 a 154)
11) Santo Aniceto (155 a 166)
12) São Sotero (166 a 174)
13) Santo Eleutério (174 a 189)
14) São Vitor I (189 a 199)
15) São Zeferino (199 a 217)
16) São Calisto I (217 a 222)
17) Santo Urbano I (222 a 230)
18) São Ponciano (230 a 235)
19) Santo Antero (235 a 236)
20) São Fabiano (236 a 250)
21) São Cornélio (251 a 253)
22) São Lúcio I (253 a 254)
23) Santo Estevão I (254 a 257)
24) São Sisto II (257 a 258)
25) São Dionísio (259 a 268)
26) São Félix I (269 a 274)
27) Santo Eutiquiano (275 a 283)
28) São Caio (283 a 296)
29) São Marcelino (296 a 304)
30) São Marcelo I (308 a 309)
31) Santo Eusébio (309 a 310)
32) São Melquíades (311 a 314)
33) São Silvestre I (314 a 335)
34) São Marcos (336)
35) São Júlio I (337 a 352)
36) Libério (352 a 366)
37) São Dâmaso I (366 a 384)
38) São Sirício (384 a 399)
39) Santo Anastácio I (399 a 401)
40) Santo Inocêncio I (401 a 417)
41) São Zósimo (417 a 418)
42) São Bonifácio I (418 a 422)
43) São Celestino I (422 a 432)
44) São Sisto III (432 a 440)
45) São Leão Magno (440 a 461)
46) Santo Hilário (461 a 468)
47) São Simplício (468 a 483)
48) São Félix III (II) (493 a 492)
49) São Galásio I (492 a 496)
50) Anastácio II (496 a 498)
51) São Símaco (498 a 514)
52) São Hormisdas (514 a 523)
53) São João I (523 a 526)
54) São Félix IV (III) (526 a 530)
55) Bonifácio II (530 a 532)
56) João II (533 a 535)
57) Santo Agapito I (535 a 536)
58) São Silvério (536 a 537)
59) Vigílio (537 a 555)
60) Pelágio I (556 a 561)
61) João III (561 a 574)
62) Bento I (575 a 579)
63) Pelágio II (579 a 590)
64) São Gregório I (590 a 604)
65) Sabiniano (604 a 607)
66) Bonifácio III (607 a 608)
67) São Bonifácio IV (608 a 615)
68) São Adeodato I (615 a 618)
69) Bonifácio V (619 a 625)
70) Honório I (625 a 638)
71) Severino (640)
72) João IV (640 a 642)
73) Teodoro I (642 a 649)
74) São Martinho I (649 a 655)
75) Santo Eugênio I (655 a 657)
76) São Vitaliano (657 a 672)
77) Adeodato II (672 a 676)
78) Dono (676 a 678)
79) Santo Ágato (678 a 681)
80) São Leão II (682 a 683)
81) São Bento II (684 a 685)
82) João V (685 a 686)
83) Cônon (686 a 687)
84) São Sérgio I (687 a 701)
85) João VI (701 a 705)
86) João VII (705 a 707)
87) Sisínio (707 a 708)
88) Constantino I (708 a 715)
89) São Gregório II (715 a 731)
90) São Gregório III (731 a 741)
91) São Zacarias (741 a 752)
92) Estevão II (752 a 757)
93) São Paulo I (757 a 767)
94) Estevão III (768 a 772)
95) Adriano I (772 a 795)
96) São Leão III (795 a 816)
97) Estevão IV (816 a 817)
98) São Pascoal I (817 a 824)
99) Eugênio II (824 a 827)
100 ) Valentim I (827)
101) Gregório IV (827 a 844)
102) Sério II (844 a 847)
103) São Leão IV (847 a 855)
104) Bento III (855 a 858)
105) São Nicolau I (858 a 867)
106) Adriano II (867 a 872)
107) João VIII (872 a 882)
108) Mariano I (882 a 884)
109) Santo Adriano III (884 a 885)
110) Estevão V (885 a 891)
111) Formoso (891 a 896)
112) Bonifácio VI (896)
113) Estêvão VI (896 a 897)
114) Romano (897)
115) Teodoro II (897)
116) João IX (898 a 900)
117) Bento IV (900 a 903)
118) Leão V (903)
119) Sérgio III (904 a 911)
120) Anastácio III (911 a 913)
121) Lando (913 a 914)
122) João X (914 a 928)
123) Leão VI (928)
124) Estevão VII (929 a 931)
125) João XI (931 a 935)
126) Leão VII (936 a 939)
127) Estêvão VIII (939 a 942)
128) Marino II (942 a 946)
129) Agapito II (946 a 955)
130) João XII (955 a 964)
131) Leão VIII (964 a 965)
132) Bento V (965)
133) João XIII (965 a 972)
134) Bento VI (973 a 974)
135) Bento VII (974 a 983)
136) João XIV (983 a 984)
137) João XV (984 a 996)
138) Gregório V (996 a 999)
139) Silvestre II (999 a 1003)
140) João XVII (1003)
141) João XVIII (1003 a 1009)
142) Sérgio IV (1009 a 1012)
143) Bento VIII (1012 a 1024)
144) João XIX (1024 a 1032)
145) Bento IX (1032 a 1044)
146) Silvestre III (1044)
147) Bento IX (2ª vez) (1045)
148) Gregório VI (1045 a 1046)
149) Clemente II (1046 a 1047)
150) Bento IX (3ª vez) (1047 a 1048)
151) Dâmaso II (1048)
152) São Leão IX (1049 a 1054)
153) Vitor II (1055 a 1057)
154) Estêvão X (1057 a 1059)
155) Nicolau II (1059 a 1061)
156) Alexandre II (1061 a 1073)
157) São Gregório VII (1073 a 1085)
158) Beato Vitor III (1086 a 1087)
159) Beato Urbano II (1088 a 1099)
160) Pascoal II (1099 a 1118)
161) Gelásio II (1118 a 1119)
162) Calisto II (1119 a 1124)
163) Honório II 91124 a 1130)
164) Inocêncio II (1130 a 1143)
165) Celestino II (1143 a 1144)
166) Lúcio II (1144 a 1145)
167) Beato Eugênio III (1145 a 1153)
168) Anastácio IV (1153 a 1154)
169) Adriano IV (1154 a 1159)
170) Alexandre III (1159 a 1181)
171) Lúcio III (1181 a 1185)
172) Urbano III (1185 a 1187)
173) Gregório VIII (1187)
174) Clemente III (1187 a 1191)
175) Celestino III (1191 a 1198)
176) Inocêncio III (1198 a 1216)
177) Honório III (1216 a 1227)
178) Gregório IX (1227 a 1241)
179) Celestino IV (1241)
180) Inocêncio IV (1243 a 1254)
181) Alexandre IV (1254 a 1261)
182) Urbano IV (1261 a 1264)
183) Clemente IV (1265 a 1268)
184) Beato Gregório X (1271 a 1276)
185) Beato Inocêncio V (1276)
186) Adriano V (1276)
187) João XXI (1276 a 1277)
188) Nicolau III (1277 a 1280)
189) Matinho IV (1281 a 1285)
190) Honório IV (1286 a 1287)
191) Nicolau IV (1288 a 1292)
192) São Celestino V (1293 a 1294)
193) Bonifácio VIII (1294 a 1303)
194) Beato Bento XI (1303 a 1304)
195) Clemente V (1305 a 1314)
196) João XXII (1316 a 1334)
197) Bento XII (1334 a 1342)
198) Clemente VI (1342 a 1352)
199) Inocêncio VI (1352 a 1362)
200) Bento Urbano V (1362 a 1370)
201) Gregório XI (1370 a 1378)
202) Urbano VI (1378 a 1389)
203) Bonifácio IX (1389 a 1404)
204) Inocêncio VII (1404 a 1406)
205) Gregório XII (1406 a 1415)
206) Martinho V (1417 a 1431)
207) Eugênio IV (1431 a 1447)
208) Nicolau V (1447 a 1455)
209) Calisto III (1455 a 1458)
210) Pio II (1458 a 1464)
211) Paulo II (1464 a 1471)
212) Sisto IV (1471 a 1484)
213) Inocêncio VIII (1484 a 1492)
214) Alexandre VI (1492 a 1503)
215) Pio III (1503)
216) Júlio II (1503 a 1513)
217) Leão X (1513 a 1521)
218) Adriano VI (1522 a 1523)
219) Clemente VII (1523 a 1534)
220) Paulo III (1534 a 1549)
221) Júlio III (1550 a 1555)
222) Marcelo II (1555)
223) Paulo IV (1555 a 1559)
224) Pio IV (1559 a 1565)
225) São Pio V (1566 a 1572)
226) Gregório XIII (1572 a 1585)
227) Sisto V (1585 a 1590)
228) Urbano VII (1590)
229) Gregório XIV (1590 a 1591)
230) Inocêncio IX (1591)
231) Clemente VIII (1592 a 1605)
232) Leão XI (1605)
233) Paulo V (1605 a 1621)
234) Gregório XV (1621 a 1623)
235) Urbano VIII (1623 a 1644)
236) Inocêncio X (1644 a 1655)
237) Alexandre VII (1655 a 1667)
238) Clemente IX (1667 a 1669)
239) Clemente X (1670 a 1676)
240) Beato Inocêncio XI (1676 a 1689)
241) Alexandre VIII (1689 a 1691)
242) Inocêncio XII (1691 a 1700)
243) Clemente XI (1700 a 1721)
244) Inocêncio XIII (1721 a 1724)
245) Bento XIII (1724 a 1730)
246) Clemente XII (1730 a 1740)
247) Bento XIV (1740 a 1758)
248) Clemente XIII (1758 a 1769)
249) Clemente XIV (1769 a 1774)
250) Pio VI (1775 a 1799)
251) Pio VII (1800 a 1823)
252) Leão XII (1823 a 1829)
253) Pio VIII (1829 a 1830)
254) Gregório XVI (1831 a 1846)
255) Pio IX (1846 a 1878)
256) Leão XIII (1878 a 1903)
257) São Pio X (1903 a 1914)
258) Bento XV (1914 a 1922)
259) Pio XI (1922 a 1939)
260) Pio XII (1939 a 1958)
261) João XXIII (1958 a 1963)
262) Paulo VI (1963 a 1978)
263) João Paulo I (1978)
264) João Paulo II (1978 a 2005)
265) Bento XVI (desde 2005)
A Igreja Católica deve ter um novo Papa até a Páscoa, no próximo dia 31 de março, disse nesta segunda-feira (11) o porta-voz do Vaticano, após o Papa Bento XVI ter anunciado que vai renunciar em 28 de fevereiro.
"Temos de ter um novo Papa na Páscoa", afirmou o padre Federico Lombardi em entrevista.
Segundo o porta-voz, será realizado um conclave (reunião de cardeais para escolher o novo Papa) em 15 a 20 dias após a renúncia.
A renúncia de um papa está prevista no Código de Direito Canônico, no artigo 332.2, que estabelece que, para ter validade, é preciso que seja de livre e espontânea vontade e não precisa ser aceita por ninguém. Segundo o código, uma vez tendo renunciado, o papa não pode mais voltar atrás.
A Sé Vacante (tempo que transcorre entre o momento em que um papa morre ou renuncia até a escolha do sucessor) começará em 28 de fevereiro, às 20h de Roma (17h de Brasília), segundo anunciou o próprio pontífice em sua carta de renúncia.

Leia perguntas e respostas sobre a renúncia do Papa Bento XVI

Leia perguntas e respostas sobre a renúncia do Papa Bento XVI

Pontífice alemão anunciou que deixa comando da Igreja em 28 de fevereiro.
Saiba mais sobre o processo e a escolha do sucessor do Papa.

Do G1, em São Paulo



90 comentários

O anúncio feito pelo Papa Bento XVI de que ele deixará o comando da Igreja Católica no dia 28 de fevereiro causou espanto em todo o mundo e gerou diversas dúvidas sobre a sucessão e a situação da Igreja enquanto um novo papa não é eleito.
Veja abaixo as respostas para algumas questões levantadas pela renúncia do Papa.
Quer fazer sua pergunta? Escreva-a nos comentários, no fim da matéria.
A renúncia é permitida?
A renúncia de um Papa está prevista no Código de Direito Canônico, no artigo 332.2, que estabelece que, para ter validade, é preciso que seja de livre e espontânea vontade e não precisa ser aceita por ninguém. Segundo o código, uma vez tendo renunciado, o Papa não pode mais voltar atrás.
Algum outro Papa já havia renunciado?
Sim, já houve outras renúncias na história da Igreja Católica, assim como papas que deixaram o posto por terem sido depostos por imperadores. O último pontífice a renunciar por vontade própria foi Celestino V, em 1294, após apenas cinco meses de pontificado. Gregório XII abdicou a contragosto em 1415 para encerrar uma disputa com um candidato rival à Santa Sé. Outros papas que renunciaram são Ponciano, em 235; Silvério, em 537; João XVIII, em 1009; e Bento IX, em 1045.
Por que o Papa renunciou?
Bento XVI afirmou em comunicado que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada – ele tem 85 anos – e por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo. Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar. O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo, mas informou após o anúncio da renúncia que o Papa está usando um marcapasso cardíaco "há algum tempo".
O Papa Bento XVI lê nesta segunda-feira (11) o anúncio de sua renúncia, durante reunião de cardeais no Vaticano. A imagem foi divulgada pelo jornal ' L'Osservatore Romano', do Vaticano (Foto: AP)O Papa Bento XVI lê nesta segunda-feira (11) o anúncio de sua renúncia, durante reunião de cardeais no Vaticano. A imagem foi divulgada pelo jornal ' L'Osservatore Romano', do Vaticano (Foto: AP)
Houve pressão para que o Papa renunciasse?
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que a decisão de renunciar foi tomada por Bento XVI sem pressão externa. Entretanto, durante seu pontificado, o Papa enfrentou uma crise por conta de vários escândalos de abuso sexual de crianças que abalaram a Igreja, além do escândalo do VatiLeaks, envolvendo o vazamento de documentos secretos do Vaticano por meio de seu mordomo pessoal. Especialistas dizem que o pontífice pode ter enfrentado pressão para deixar o cargo devido aos escândalos e também à sua idade avançada. Há correntes dentro da Igreja que defendem que o Papa deve ser mais jovem, para conseguir acompanhar as transformações do mundo e ter um pontificado mais longo.
O que acontece a partir do dia 28 de fevereiro?
Bento XVI deixará o comando da Igreja às 17h (no horário de Roma) do dia 28 de fevereiro. A partir deste horário, começa o período de Sé Vacante (tempo que transcorre entre o momento em que um papa morre ou renuncia até a escolha do sucessor). O Conclave (reunião de cardeais de todo o mundo a portas fechadas para escolher o novo papa) deve começar a partir do dia 15 de março, uma sexta-feira. Durante a Sé Vacante, os assuntos da igreja ficam sob a responsabilidade do Camerlengo. O atual Camerlengo é o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone.
O que Bento XVI fará depois de 28 de fevereiro?
Segundo o Vaticano, Bento XVI seguirá de helicóptero para a residência papal de verão, Castelgandolfo, a cerca de 30 quilômetros ao sul de Roma. Enquanto estiver na residência de verão, o mosteiro Mater Ecclesiae, localizado no Vaticano, será reformado para receber Bento XVI. O mosteiro - o único que existe dentro do Vaticano - foi construído em 1992, sob instruções do Papa João Paulo II, que queria criar um espaço para aqueles que dedicam sua vida à contemplação. O porta-voz do Vaticano disse não acreditar que Bento XVI irá viver recluso, e afirmou que o atual Papa não terá nenhuma função na administração da Igreja nem irá influenciar na escolha do novo pontífice.
Em discurso após o anúncio, o Papa indicou que pode ficar em isolamento, longe dos olhares públicos, após deixar o papado no final do mês. "Mesmo me retirando para rezar, estarei sempre perto de todos vocês e tenho certeza que vocês estarão perto de mim, mesmo se eu permanecer escondido do mundo", disse ele em declaração de improviso a padres da diocese de Roma.
O secretário do papa e prefeito regional da Casa Pontifícia, Georg Gänswein, e as quatro laicas consagradas da comunidade "Memores Domini" que cuidam do pontífice acompanharão Bento XVI durante sua estadia em Castelgandolfo e depois no mosteiro do Vaticano onde viverá. Mesmo quando Bento XVI não for mais papa, sua segurança será feita pela gendarmaria vaticana.
Como o Papa Bento XVI será chamado após sua renúncia?
Ainda há dúvidas sobre como Bento XVI será chamado após deixar o comando da Igreja Católica. O último Papa a renunciar, Gregório XII, continuou sendo chamado de Gregório até sua morte. Joseph Ratzinger continuará sendo bispo, já que a ordenação como bispo é um sacramento, que não é retirado. Entretanto, ele não volta automaticamente a ser cardeal – ele teria que ser apontado novamente como cardeal por seu sucessor – o que ocorreu com Gregório XII.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que os protocolos da Igreja para a situação ainda não estão claros, mas que provavelmente Bento XVI terá algum título “emérito” e manterá o nome escolhido como Papa. Greg Burke, consultor de comunicações do Vaticano, disse que um dos prováveis títulos para Bento XVI será “Bispo Emérito de Roma". Outros representantes do Vaticano acreditam que o título será definido pelo próximo Papa, e que Bento XVI poderá continuar sendo chamado de “Sua Santidade” como uma forma de respeito – assim como ex-presidentes continuam sendo chamados de “presidente”.
Bento XVI continuará sendo considerado infalível após a renúncia?
O dogma da infalibilidade dos papas em questões referentes à fé cristã foi adotado oficialmente pela Igreja Católica em 1870, com sua instituição pelo Concílio Vaticano 1°, durante o papado de Pio IX. Segundo a doutrina católica, o Papa não é perfeito, mas é infalível quando fala ex cathedra, ou seja em exercício como supremo pastor do povo de Deus em questões relacionadas à fé, às doutrinas e ao exercício moral, e com a intenção de estabelecer uma nova doutrina.
Desde o Concílio Vaticano 1°, apenas um pronunciamento ex cathedra foi feito – quando Pio XII declarou a Assunção de Maria como um dogma da Igreja, em 1950 – a crença segundo a qual o corpo e a alma da Virgem Maria foram elevados aos céus logo após sua morte
Apenas os papas podem fazer pronunciamentos ex cathedra. Bento XVI não realizou nenhum, e perderá esse poder quando deixar o pontificado – por isso, não será considerado infalível.
Bento XVI continuará usando o Anel de São Pedro após sua renúncia?
O Anel de São Pedro é o selo oficial do Papa, e é diferente para cada pontífice. O anel possui uma imagem gravada de São Pedro pescando e o nome do Papa, e é destruído com o fim de um pontificado – normalmente com a morte do Papa. No dia 28 de fevereiro, quando Bento XVI deixar de ser Papa, ele terá que entregar o anel, que será destruído para evitar fraudes durante o período de Sé Vacante. Um novo anel é forjado com o mesmo ouro, contendo a imagem de São Pedro e o nome do Papa em latim.
Como Bento XVI viverá após sua renúncia? Ele terá direito a algum tipo de aposentadoria?
O cargo de Papa e vitalício, por isso não estão previstos benefícios como uma aposentadoria. Além disso, o Papa não recebe oficialmente um salário – suas necessidades são cobertas pela Santa Sé. Como Bento XVI continuará sendo Bispo, ele terá acesso ao plano de saúde do Vaticano e provavelmente aos médicos que acompanham atualmente sua saúde. As necessidades materiais dos bispos e padres são cobertas pelas dioceses quando eles de aposentam. Perguntado sobre se Bento XVI terá uma aposentadoria, o porta-voz do Vaticano não forneceu uma resposta clara, mas deu a entender que ele terá tudo o que precisa para viver. “Vamos garantir que tenha uma existência digna”, afirmou.
Por que a eleição de um novo Papa só começa depois de 15 dias?
O prazo de no mínimo 15 dias após a morte ou renúncia de um Papa para o início do Conclave está previsto no Código de Direito Canônico. Ele foi determinado para que os cardeais de todo o mundo tenham tempo de chegar a Roma – os cardeais são orientados a resolver todas as suas possíveis pendências, tanto pessoais quanto relativas à Igreja, antes do início do Conclave, quando ficam incomunicáveis. O prazo máximo para o início da eleição é de 20 dias após o início da Sé Vacante. Após 20 dias, o Conclave é iniciado mesmo que nem todos os cardeais tenham chegado a Roma.
Quem escolhe o novo Papa?
O Papa é escolhido pelos cardeais. Atualmente, há 209 deles, mas apenas os que têm menos de 80 anos no início do período de Sé Vacante podem votar e ser eleitos – o que reduz a 117 o número de votantes a partir de 28 de fevereiro, data marcada para a saída de Bento XVI. Entre eles, 67 foram nomeados por Bento XVI e 50 por seu antecessor, João Paulo II. O número máximo de cardeais eleitores é de 120.
De onde são os cardeais que irão eleger o novo Papa?
A maior parte dos cardeais eleitores é da Europa – 61. A Itália é o país que concentra o maior número de cardeais eleitores – são 28, mais de um terço dos europeus. A América Latina tem 19 eleitores (cinco deles brasileiros). Quatorze cardeais eleitores são da América do Norte, 11 da África, 11 da Ásia e apenas um da Oceania. No total, 48 países possuem cardeais eleitores.
Dom Angelo Scola, arcebispo de Milão, em outubro de 2012 (Foto: AFP)Dom Angelo Scola, arcebispo de Milão, em outubro de 2012 (Foto: AFP)
Quais são os nomes apontados como favoritos para ser o novo Papa?
Apesar de especulações desde a eleição de Bento XVI apontarem que já é tempo de a Igreja Católica ter um papa africano ou latino-americano, especialistas acreditam que um italiano é o favorito: Dom Angelo Scola, de 72 anos, arcebispo de Milão, apreciado teólogo e homem do diálogo inter-religioso. Outros cotados são o cardeal-arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, de 73 anos, considerado um “modernista conservador”; o arcebispo de Kinshasa, no Congo, Laurent Monsengwo Pasinya, de 74 anos, que desempenhou um papel de mediação na resolução do conflito em seu país; e o hondurenho Oscar Andrés Maradiaga, 70 anos, cardeal e arcebispo de Tegucigalpa, considerado ortodoxo sobre as doutrinas.
Veja galeria de fotos de alguns dos favoritos
Quais Papas não foram europeus na história recente? (Fábio Silva, internauta)
Não há registro de papas não europeus na história recente. O último foi o São Gregório III, natural da Síria, que foi Papa entre 731 a 741. Antes dele, outro sírio também foi Papa: Constantino I (entre 708 e 715). São Melquíades, natural do norte da África (sua origem precisa é desconhecida) foi Papa entre 311 e 314. O 14º Papa, Vítor I, era natural da Tunísia (quando esta ainda era uma província romana) e foi Papa entre 189 a 199.
O que é preciso para ser eleito Papa?
Oficialmente, não há requisitos básicos para que uma pessoa seja eleita Papa – basta que ela seja católica e ter pleno uso da razão. Entretanto, na prática, o eleito há muitos séculos sempre tem sido um cardeal. Caso o cardeal eleito ainda não seja bispo, ele é ordenado logo após a eleição – já que o papa é o Bispo de Roma. O escolhido precisa ter o voto de dois terços dos cardeais votantes para ser eleito.
É possível ser cardeal sem ser bispo? Como é a hierarquia na Igreja Católica? (Claudius Penna, internauta)
Não é necessário ser bispo para ser nomeado cardeal – por isso, a Constituição Católica determina que se o cardeal eleito como o novo papa ainda não for bispo, receba a ordenação logo após aceitar o cargo, para que possa assumir como Bispo de Roma. Os cardeais são a mais alta hierarquia na Igreja depois do Papa. Já os bispos, considerados os sucessores diretos dos apóstolos de Cristo, são responsáveis por administrar as dioceses.
Quem são os brasileiros que podem virar Papa?
Cinco cardeais brasileiros terão menos de 80 anos na data do conclave e, portanto, podem votar e ser eleitos: o cardeal arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes, de 78 anos; o arcebispo emérito de Salvador Dom Geraldo Majella, de 79 anos; o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, de 63 anos; o arcebispo emérito de Brasília João Braz de Aviz, de 64 anos, que é prefeito das congregações dos religiosos em Roma; e o presidente da CNBB e atual arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno, de 76 anos. Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, está fora do conclave por ter completado 80 anos em dezembro. Também já ultrapassaram a idade limite os cardeais Dom Paulo Evaristo Arns, de 91 anos, ex-arcebispo de São Paulo, dom Serafim Fernandes de Araújo, de 88, ex-arcebispo emérito de Belo Horizonte, e dom José Freire Falcão, de 87, ex-arcebispo de Brasília.
Dom Odilo Scheller, dom João Braz de Aviz, dom Geraldo Majella Agnelo (no alto), dom Cláudio Hummes e dom Raymundo Damasceno têm chances, segundo o bispo (Foto: Arquivo G1)Dom Odilo Scheller, dom João Braz de Aviz, dom Geraldo Majella Agnelo (no alto), dom Cláudio Hummes e dom Raymundo Damasceno são os brasileiros que podem ser eleitos (Foto: Arquivo G1)
Entre os cardeais brasileiros, qual tem a maior chance de ser eleito? (Marcos Velloso, internauta)
Não há um consenso entre qual cardeal brasileiro têm mais chances de ser eleito – a escolha de um latino-americano é improvável, segundo especialistas em assuntos do Vaticano. Entretanto, os nomes que poderiam ser mais prováveis, devido à idade e sua proximidade com Roma, são os do arcebispo de Brasília, João Braz de Aviz, de 65 anos, que está no Vaticano desde o início de 2011 à frente da Congregação para os Religiosos, e de Dom Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo.
Há a possibilidade de a renúncia de Bento XVI influenciar na escolha do novo Papa? Quer seja idade, nacionalidade, influência atual no clero? (Marcos Velloso, internauta)
Bento XVI não participará da escolha do novo papa – além de não voltar a ser cardeal automaticamente ao deixar o papado, ele já passou da idade máxima permitida para participar da eleição. Entretanto, ele apontou 67 dos cardeais que irão votar, e pode ter uma influência indireta – há uma tendência destes cardeais de voto em um colega alinhado com as ideias do atual Papa. Há uma corrente dentro do Vaticano que acredita que o novo Papa deve ser mais jovem – para ter um pontificado mais longo e um relacionamento mais próximo com os fiéis. Quanto à nacionalidade, a renúncia não deve ter influência no país de origem do papa – analistas acreditam que o escolhido será europeu ou no máximo norte-americano.
Como acontece o processo de escolha?
Com o início do Conclave, os cardeais seguem em cortejo da Capela Paulina, onde se reúnem inicialmente, até a Sistina, onde ocorrem as votações. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal Camerlengo no interior, e pelo prefeito da Casa Pontifícia no exterior. Três cardeais assistentes são escolhidos para auxiliar o Camerlengo – eles são trocados a cada três dias.
Os eleitores ficam isolados em celas particulares e se reúnem na Capela Sistina duas vezes por dia para votar – caso não um nome não obtenha dois terços dos votos na primeira votação. Além deles, ficam alojados nos arredores da Capela Sistina apenas o Secretário do Colégio Cardinalício o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, com dois Cerimoniários e dois religiosos adscritos à Sacristia Pontifícia; um eclesiástico escolhido pelo Cardeal Decano ou pelo Cardeal que o substitua, para lhe servir de assistente; além de alguns religiosos de diversas línguas para as confissões, dois médicos para eventuais emergências e pessoas responsáveis pela alimentação e limpeza.
Os cardeais não têm o direito de votar em si mesmo e devem, um de cada vez, prestar juramento de respeito ao voto secreto e de aceitar o resultado. No momento da eleição, ficam na capela apenas os eleitores, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e o eclesiástico escolhido para fazer aos cardeais eleitores a segunda das duas meditações. Eles juram igualmente que aquele entre eles que for eleito não renunciará jamais a reivindicar a plenitude dos direitos de pontífice romano.
Por que os cardeais ficam isolados?
O isolamento ocorre para garantir o segredo da eleição – nem o número de votos que o escolhido recebeu é divulgado – e para permitir as orações e meditações necessárias para a escolha do voto – além de evitar possíveis pressões e influências externas. Durante todo o tempo que durar o Conclave, os cardeais não podem manter qualquer tipo de contato e correspondência com pessoas externas – somente razões gravíssimas e urgentes, comprovadas pela congregação dos cardeais, permitirão tais contatos. Eles também não podem ter acesso a meios de comunicação. As pessoas envolvidas no processo também devem manter o sigilo e estão sujeitas a punições do futuro Papa caso não o cumpram. A exigência de segredo nas votações está estipulada na Constituição Apostólica.
Qual o poder do camerlengo durante o conclave? (Fabio Silva, internauta)
O camerlengo detém a administração da Igreja Católica durante o período de Sé Vacante – entre a morte ou renúncia de um Papa e a escolha de seu sucessor. Ele deve cuidar e administrar os bens e direitos temporais da Santa Sé, com o auxílio de três cardeais assistentes escolhidos à sorte. Por também ser um cardeal, ele participa da eleição do novo papa também como eleitor, desde que tenha menos de 80 anos, e também pode ser votado. Ele é responsável por garantir o sigilo dentro da Capela Sistina durante as votações, impedindo comunicações e vazamento de informações, deve recolher as anotações dos cardeais e se certificar de que os votos foram queimados e elaborar um relatório com os resultados das votações. Além disso, é perante o camerlengo que os cardeais fazem seus juramentos antes do processo eleitoral.
É permitida a realização de acordos, promessas ou pactos antes da eleição?
Segundo a Constituição Apostólica, os cardeais eleitores são proibidos de realizar qualquer tipo de acordo visando benefícios ou promessas de realizações pela eleição de um ou outro candidato. Promessas eventualmente feitas serão consideradas nulas e os autores podem ser excomungados. Entretanto, a troca de ideias sobre a eleição antes do Conclave não é proibida. Também está vetada a influência externa – os eleitores não podem receber recomendações ou vetos de autoridades civis ou religiosas. O código também recomenda que os cardeais não se deixem guiar por simpatia ou aversão aos candidatos como fator de influência na escolha do papa.
Como são dados os votos?
Os votos são escritos pelos cardeais em fichas distribuídas no início da votação – cada cardeal eleitor recebe duas ou três. São eleitos à sorte entre os votantes três escrutinadores, três responsáveis por recolher os votos dos doentes e três revisores.
O nome do escolhido deve ser escrito nas fichas de maneira secreta e com uma caligrafia diferente da habitual, para evitar a identificação dos votos. Elas devem ser dobradas duas vezes. Cada cardeal leva seu voto de maneira visível até a urna e o deposita, antes realizando um juramento. Os cardeais doentes que estiverem instalados no Vaticano e impossibilitados de participar do Conclave na Capela Sistina terão seus votos recolhidos por cardeais designados no início da votação.
Os eleitores não podem revelar a qualquer outra pessoa notícias sobre a votação e seu próprio voto, nem antes, durante ou depois do processo.
Urnas nas quais vão ser colocados os votos dos cardeais na escolha do próximo Papa (Foto: Reuters/Osservatore Romano)Urnas nas quais vão ser colocados os votos dos cardeais na escolha do próximo Papa (Foto: Reuters/Osservatore Romano)
Como os votos são computados?
Após o depósito de todas as fichas, a urna é aberta e é feita a contagem dos votos. Se o número for diferente do de presentes as fichas são queimadas e a eleição reiniciada. Caso tudo esteja certo, começa a contagem. Os três escrutinadores sorteados no início são os responsáveis pela apuração. O primeiro e o segundo observam o nome na ficha, e o terceiro, certificando-se de que o nome está correto, o lê em voz alta. Todos os eleitores anotam o nome em uma folha apropriada. Cada uma das fichas de voto é furada com uma agulha e inserida em um fio, para que elas sejam conservadas de forma segura.
Após a leitura de todos os votos, há a soma dos votos. Caso um dos nomes consiga dois terços dos votos, o Papa está eleito. Caso contrário, é feita uma nova votação. Em ambos os casos, todas as anotações são recolhidas e verificadas.
Logo após a revisão, as fichas são queimadas pelos escrutinadores. Caso não haja um consenso e seja necessária uma segunda votação, as fichas da primeira são guardadas e queimadas apenas no final, junto com as do processo seguinte.
Quanto tempo pode durar o processo de escolha?
Caso o nome mais votado não consiga dois terços dos votos, a eleição pode se estender por vários dias. No primeiro dia, está prevista apenas uma votação. Nos seguintes, devem ser realizadas duas pela manhã e duas durante a tarde. Após três dias sem decisão, deverá ser feita uma pausa de um dia para oração e reflexões entre os cardeais. A pausa é seguida por sete votações. Caso não haja resultado, deve ocorrer um novo dia de pausa. A sequência pode ocorrer por mais três vezes. Se ainda assim não houver um eleito, os cardeais devem decidir como proceder – pela eleição por maioria absoluta ou votação apenas nos dois nomes com mais votos, elegendo-se também o que obtiver maioria absoluta. Será adotado o que a maior parte dos cardeais decidir.
Como é feito o anúncio de que um novo Papa foi escolhido?
Quando a escolha finalmente ocorre, o cardeal mais antigo pergunta ao mais votado se ele aceita o cargo. Ao responder “aceito”, o cardeal passa a ser o novo papa. Em seguida, ele informa por qual nome passará a ser chamado. Caso o eleito já seja bispo, é imediatamente apontado como Bispo de Roma, assumindo o poder sobre a Igreja. Se não for, é ordenado na hora.
As cédulas são queimadas, e a tradição indica que os cardeais devem usar palha seca ou úmida para que a fumaça seja preta (se não foi escolhido o Papa) ou branca (se a votação deu como resultado a eleição do novo pontífice). Quando a fumaça é branca, o público na Praça São Pedro sabe que o novo pontífice foi escolhido. Após uma cerimônia solene entre os cardeais, o novo papa costuma aparecer ao público, como fez Bento XVI ao ser eleito em 2005.
Freiras oram na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na manhã desta terça-feira (12) (Foto: Alessandra Tarantino/AP)Freiras oram na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na manhã desta terça-feira (12) (Foto: Alessandra Tarantino/AP)
Como é escolhido o nome dos Papas? (Julio Brondani, internauta)
A tradição de adotar um novo nome ao ser nomeado Papa foi iniciada por Jesus Cristo, que mudou o nome do pescador Simão para Pedro, o primeiro Bispo de Roma. Cada Papa é responsável por escolher o nome que adotará durante o pontificado – ele deve apontar o nome logo após aceitar a eleição. A escolha é uma forma de homenagear os antigos papas e também indica a linha de administração do novo pontífice. O nome escolhido normalmente aponta que o novo papa se identifica com as doutrinas e realizações dos outros papas que tiveram o mesmo nome.
Quais as funções do Papa?
O Papa é o bispo de Roma, chefe de estado da cidade do Vaticano e líder mundial da Igreja Católica. Seu cargo é vitalício, e sua autoridade descende diretamente de Jesus Cristo. Entre suas funções e deveres está manter integridade e fidelidade do deposito da fé; se dedicar à expansão do catolicismo e da fé cristã pelo mundo; nomear cardeais e eleger bispos; canonizar santos e criar dioceses; intervir em questões administrativas do Vaticano e da Igreja Católica em todo o mundo; trabalhar pelo diálogo inter-religioso e pela defesa dos direitos-humanos.
Quais os principais desafios do próximo Papa?
Historicamente, pedidos de renúncia de papas foram seguidos por momentos de cisão na Igreja Católica, enfrentados com dificuldade por seus sucessores. Por enquanto, essa tendência não é vista agora. Entretanto, o novo pontífice segue com os desafios enfrentados por Bento XVI – a perda de fiéis para outras doutrinas, principalmente em países do Terceiro Mundo; os escândalos de pedofilia espalhados por diversos países; a dicotomia entre o avanço da sociedade moderna e posições doutrinárias da Igreja, como o uso de contraceptivos, camisinha, aborto, celibato ou casamento homossexual. Conciliar a disputa entre correntes conservadoras e outras de pensamento mais liberal também é um desafio ao novo pontífice. Estabelecer contato com os mais jovens e conseguir se aproximar deles, principalmente com o uso de tecnologias, também será essencial ao novo pontífice.
Como será o relacionamento entre Bento XVI e o novo Papa? Bento XVI continuará influenciando a Igreja Católica?
O Vaticano informou que Bento XVI não terá nenhuma função na administração da Igreja. Analistas acreditam que o atual Papa se retirará da vida pública e evitará aparecer para não ofuscar seu sucessor. Como sua justificativa para sair foi a falta de condições físicas e intelectuais para cumprir as obrigações do pontificado, o mais provável é que Bento XVI deixe o caminho livre e não faça pronunciamentos após sua renúncia – quando deve dedicar seus dias a orações, estudos e escritos.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que a presença de Bento XVI após sua renúncia não será um problema ou interferência. Ao mesmo tempo, Lombardi afirmou que a presença do Papa, será sentida e apreciada dentro da Igreja e não descartou um papel de conselheiro para Bento XVI no futuro. “Se seu sucessor quiser seus conselhos, será totalmente livre para concedê-los, mas não terá nenhuma obrigação”, explicou o porta-voz.
O que acontecerá com a Jornada Mundial da Juventude, marcada de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro?
A jornada acontecerá normalmente, segundo a arquidiocese do Rio. Bento XVI havia confirmado sua presença como representante do Vaticano no encontro no Brasil. Segundo o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, ébastante provável que o novo Papa compareça ao evento. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse acreditar que a primeira viagem internacional do novo Papa seja ao Rio de Janeiro para o encontro.