Papa Francisco promete seguir dialogando com outras religiões
Novo pontífice recebeu no Vaticano representantes de outras igrejas.
A judeus, ele prometeu intensificar diálogo iniciado no Concílio Vaticano II.
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Diante de representantes do judaísmo, Francisco prometeu "pontencializar" o diálogo iniciado sob o Concílio Vaticano II.
O pontífice recebeu na Sala Clementina, no Palácio Apostólico, os representantes, que vieram ao Vaticano para a cerimônica de inauguração de seu pontificado, ocorrida na véspera.
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"Desejo assegurar minha firme vontade de prosseguir com o diálogo ecumênico", afirmou o Papa Bergoglio que, na mesma linha que os anteriores, insistiu na urgência de que todos os cristãos sejam "uma só coisa", para que possam testemunhar de maneira "livre, alegre e valente" o Evangelho.'Será nosso melhor serviço (a unidade) em um mundo de divisões e rivalidades", acrescentou.
O Patriarca Bartolomeu I abraça o Papa Francisco durante audiência privada no Vaticano nesta quarta-feira (20) (Foto: AP)
O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, falou em nome dos presentes e lembrou que a primeira preocupação dos cristãos tem que ser a unidade, para poder dar um testemunho crível.Foi a primeira vez desde 1054 que o patriarca de Constantinopla assiste a entronização de um pontífice.
"A Igreja Católica é consciente da importância da amizade e do respeito entre os homens e mulheres das diferentes tradições religiosas", declarou o Papa.
Francisco também saudou os representantes das Igrejas protestantes ocidentais, ressaltando "a unidade entre todas as pessoas que creem em Cristo" e a necessidade de uma "leal colaboração" entre todas as confissões cristãs.
Líderes das comunidades judaica, muçulmana, budista, jain e sikh também estiveram presentes.
Em seu discurso, o Papa pediu "que não prevaleça uma visão humana que reduz o homem ao que produz e ao que consome".
"Este é um dos perigos de nosso tempo", reconheceu Francisco, que enquanto arcebispo de Buenos Aires fez várias críticas às consequências da globalização.
"Temos de estar próximos aos homens e às mulheres que, mesmo que não se reconheçam em nenhuma tradição religiosa, estão à procura da verdade, bondade e a beleza de Deus", declarou.
À delegação judaica, composta por 16 pessoas, o Papa ressaltou o "laço espiritual" que une os cristãos aos judeus.
"Aprecio vossa presença e a vontade de cooperar para o bem da humanidadd", disse, ressaltando a importância de uma "coexistência pacífica entre as religiões".
"Agradeço também a participação de todas as outras tradições religiosas e, sobretudo, os muçulmanos que invocam assim a misericórdia de Deus", afirmou o Papa.
Em sua visão, a mensagem que as diferentes religiões têm em comum é a de "manter viva a sede do absoluto".
Entre os primeiros gestos do Papa Francisco em direção ao ecumenismo está a decisão de enviar uma carta ao rabino de Roma na qual deseja "poder contribuir ao progresso das relações entre judeus e católicos conhecidas a partir do Concílio Vaticano II, em um espírito de colaboração renovada".
A relação entre Francisco e os judeus já é conhecida. Junto ao rabino argentino Abraham Skorka, o então cardeal Jorge Bergoglio escreveu o livro "Sobre o céu e a terra" (2010), no qual os dois dialogam sobre o divino e o humano.
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